Dentre as preocupações que afetam, as mulheres após a menopausa, está a osteoporose, uma doença com alto índice na terceira idade.
Com o passar da idade, o corpo sofre alterações fisiológicas, metabólicas e funcionais importantes, que fazem parte do ciclo natural da vida.
Por isso, a saúde óssea não pode ser esquecido, principalmente em mulheres após os 65 anos.
Assim, a solução para prevenir complicações e alcançar uma longevidade saudável, vai muito além do acompanhamento médico.
Dessa forma, pode ser muito mais correta com o conhecimento das individualidades da paciente.
Neste artigo vamos falar sobre os cuidados com a saúde óssea das mulheres na fase da pós-menopausa, e como evitar a osteoporose. Confira!
Envelhecimento e saúde da mulher
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a menopausa como a amenorreia por 12 meses consecutivos, isto é, um período onde ocorre a ausência do ciclo menstrual – isso sem qualquer causa psicológica ou patológica evidente.
É o período de transição da mulher, antes em idade reprodutiva, para a fase do climatério, também chamada de pós-menopausa.
Após determinada idade, que varia de mulher para mulher, o organismo passa a impossibilitar a gravidez, marcando o fim da fase reprodutiva.
Esta fase pode ser muito chata, e as mulheres podem sofrer com:
- Dores musculares e articulares
- Ondas de calor
- Insônia
- Palpitações
- Vertigens
- Fadiga
- Dores de cabeça
- Irritabilidade
Estes, e outros desconfortos, se dão por conta da redução dos níveis de estrogênio, hormônio encarregado de regular a menstruação e espessar o endométrio (camada que reveste internamente o útero) a cada ciclo.
Durante esse período os hormônios sexuais sofrem uma desregulação inicial, que é responsável pela grande maioria dos sintomas, mas a tendência é que se estabilizem na após a menopausa.
Osteoporose e saúde óssea
A osteoporose é uma doença osteometabólica, sistêmica, crônica e progressiva, que atinge pessoas de maior idade, sobretudo mulheres na pós-menopausa.
É caracterizada pelo comprometimento da resistência dos ossos, levando ao maior risco de fraturas de baixo impacto, ou seja, fraturas vindas de situações normais.
Um exemplo disso é a paciente acamada, que ao se colocar em pé ao lado do leito, tem seu fêmur fraturado.
Este é um episódio que não aconteceria com pessoas sem comprometimento ósseo, como é o caso da osteoporose.
Além disso, podem acontecer microfraturas ocultas, que são comuns em mulheres que atravessam a fase após a menopausa, e indicam um risco maior para grandes fraturas.
O esqueleto adulto é sempre reparado e reforçado por um processo chamado de remodelação óssea, essencial para a manutenção da integridade dos ossos.
A osteoporose acontece em decorrência de uma desordem desse processo, onde ocorre mais reabsorção do que formação, resultando em diminuição da massa óssea.
As influências mais importantes para a ocorrência deste desequilíbrio são:
- Mulheres após 65 anos e homens a partir de 70 anos
- IMC baixo
- Histórico familiar de osteoporose
- Tabagismo
- Alcoolismo
- Baixo consumo de cálcio
- Sedentarismo
- Uso prolongado de glicocorticóides
Cuidados após a menopausa
A falta de terapia de reposição hormonal (TRH) é um dos fatores de risco que mostram maior chance de osteoporose em mulheres idosas.
A TRH se mostrou efetiva na diminuição da reabsorção óssea na pós-menopausa e, com isso, grande redução das taxas de fraturas, principalmente em mulheres com idade menor a 60 anos.
Tendo isso em vista, a terapia é a melhor opção para prevenção de fraturas nessa fase da vida, além de propiciar a redução de sintomas desagradáveis.
O tratamento deve ser prescrito por um médico especialista o quanto antes, uma vez que ele é mais efetivo se for iniciado nos primeiros anos do climatério.
Entretanto, apesar da terapia de reposição hormonal ter benefícios para a manutenção da qualidade de vida feminina, ela deve ser prescrita com cautela.
Mulheres com histórico familiar de câncer de mama e tromboembolismo devem evitar a TRH, visto que seu uso pode aumentar os riscos.
Prevenção da osteoporose
A densidade mineral óssea (DMO) é uma forma de ver a saúde dos ossos, e pode mostrar quando as reservas de cálcio estão abaixo do ideal.
A densitometria óssea é um exame raio X, que mostra a DMO do paciente.
Ele, portanto, deve ser feito todo ano para diagnóstico precoce da osteoporose em idosos.
Caso esteja abaixo dos valores de referência, a intervenção médica deve ser feita.
Em suma, pessoas com deficiência de cálcio têm risco maior para doenças ósseas na terceira idade.
Para eles, uma alimentação rica em derivados do leite, vegetais verdes escuros, tofu, leguminosas e gergelim pode melhorar os níveis de cálcio no organismo.
O gene WNT16 codifica uma proteína que influencia a DMO, e por isso pode ajudar na identificação de pessoas com maior predisposição a problemas de saúde óssea.
Além disso, para avaliar completamente a saúde óssea do paciente, a análise do gene VDR pode ser importante, uma vez que é importante para a regulação da absorção de cálcio.
Quando há falta da vitamina D, a correta absorção de cálcio fica comprometida, o que prejudica a densidade óssea, podendo acontecer a osteoporose.
Da mesma forma, é importante ver, nos exames de sangue, a hidroxivitamina D para ver a necessidade de suplementação.
A genética pode nos ajudar a prever necessidade desta vitamina, e assim ter medidas preventivas.
Se o paciente tem necessidades aumentadas para o consumo de vitamina D, é necessário adequar seu consumo de forma ideal.
A orientação de consumo diário é entre 800 UI e 1000 UI para pacientes idosos, além da exposição solar.
Entretanto, quando os níveis séricos já indicam a deficiência vitamínica, a dosagem de suplementação deve ser maior.
Por isso
A indicação de uso irá variar para cada paciente, mas pode tomar como referência:
- 50.000 UI, 1 vez por semana por 8 semanas
- 6.000 UI ao dia, por 8 semanas
- 3.000 a 5.000 UI ao dia, por 6 a 12 semanas
Além disso, a prática frequente de exercícios físicos também deve ser incluída na rotina, a fim de prevenir fraturas e aumentar a DMO.
Do mesmo modo, em pacientes com osteoporose já estabelecida deve evitar exercícios de alto impacto pelos riscos de fraturas que podem acontecer.
Por fim, recomendamos caminhadas de meia hora a 45 minutos, três a quatro vezes por semana.
Referências
Radominski, et al. Osteoporose em mulheres na pós-menopausa. Revista Brasileira de Reumatologia, 2004.
Torgenton & Bell-Syer. Hormone replacement therapy and prevention of nonvertebral fractures: a meta-analysis of randomized trials. The Journal of the American Medical Association, 2001.
Editora do Blog DGLab