Detoxificação é o processo pelo qual nosso organismo promove a limpeza de compostos tóxicos em nosso organismo.
Ele envolve um conjunto de enzimas que são produzidas principalmente no fígado, tendo um impacto importante para o funcionamento ideal de nossas células.
E como o processo de detoxificação nos ajjuda?
De várias formas, desde aproveitando nutrientes, até a proteção do nosso sistema imunológico.
Logo, ter uma detoxificação eficiente é importante para nossa saúde. E a genética mais uma vez entra como um fator importante para que ela ocorra bem.
Mas o estilo de vida também tem um papel fundamental!
Se você se interessa pelo tema, não deixe de ler este artigo completo.
Por que a detoxificação é tão importante?
Diariamente entramos em contato com compostos que causam toxicidade às nossas células, e isso deve ser corrigido.
Desde o consumo social do álcool, por exemplo, até aquela simples faxina na casa, substâncias nocivas estão em nossa vida por exemplo:
- Trabalhar em ambientes insalubres (como a indústria química)
- o hábito de fumar
- o uso de esmaltes, batons maquiagem, tinturas de cabelo, medicamentos (especialmente os de uso constante)
- viver em cidades ou regiões onde o ar é mais poluído
A alimentação também tem significativa participação: comer alimentos de origem animal sem qualidade (com excesso de hormônios), comer vegetais que tenham agrotóxicos em sua produção ou comer muitos alimentos ultraprocessados (com conservantes e corantes) são prejudiciais a nossa vida.
Exagerar no consumo de carboidratos refinados e de gorduras saturadas também carregam o nosso corpo podendo comprometer o metabolismo celular. Sabe aquele pão ou aquele queijo que está na geladeira há algum tempo?
Talvez eles possam estar contaminados com microrganismos (fungos e bactérias) que não vemos, mas que podem ser bastante maléficos ao nosso organismo.
Desse modo, ter um bom sistema que combata esses males diários (e muitas vezes necessários) é importante.
Mas o que é a detoxificação?
Detoxificação nós conhecemos como: Detox.
Na verdade, esse é um termo usado que reflete a DES-toxificação, ou seja, a retirada de elementos tóxicos do nosso corpo.
Pode ser também como a desintoxicação do nosso organismo para que ele funcione bem.
Junto com os mecanismos antioxidantes, a detoxificação é um dos meios protetores que permitem um metabolismo mais eficiente.
Ou seja, se temos um bom “sistema detox” interno, podemos ter mais qualidade de vida, longevidade, impedindo que enfermidades se instalem em nossos órgãos.
Mas ser apenas dotado de um sistema enzimático bom pode não ser suficiente.
Detoxificar depende de uma vida equilibrada e de um estilo de vida saudável. Claro que todos os sistemas do nosso organismo estão ligados e o benefício geral pode acontecer.
Dessa maneira, ganhamos vigor físico, mental e emocional, melhora a disposição e energia para as atividades cotidianas.
Ajuda na perda de peso, na digestão, na saúde da pele, na função intestinal e previne doenças como diabetes, além de fortalecer o sistema imunológico.
Como o sistema “detox” do nosso corpo funciona?
O intestino e os rins são importantes para o processo de detoxificação.
Pelas vias intestinais absorvemos o que comemos, e ter uma flora intestinal equilibrada permite que substâncias tóxicas sejam aí metabolizadas.
Assim, o nosso intestino mantém um bloqueio que evita a absorção de elementos nocivos que são eliminados nas fezes.
Nos rins é onde ocorre a filtragem do nosso sangue e também pode ser considerado como uma barreira à entrada de toxinas.
Eles têm uma ação complementar para absorver o que é necessário e eliminar, por meio da urina, o que pode afetar negativamente a nossa saúde.
No entanto, o fígado é considerado o principal órgão relacionado com a detoxificação.
É nele onde está concentrada a maior quantidade de enzimas que farão o combate aos componentes tóxicos que temos contato.
Esse complexo enzimático fica junto e permite as etapas fundamentais para o metabolismo dos compostos.
Nas células hepáticas, o processo detox acontece em praticamente 3 fases.
Na fase 1 se dá o primeiro contato com a toxina, que é reconhecida por enzimas específicas (como as da família CYP – por ex. a CYP1A2), e elas mudam a estrutura da toxina.
Isso facilita a ação de enzimas da fase 2 (como as GSTs – por ex GSTM1 e GSTT1), que convertem essa toxina em um composto menos tóxico.
Na segunda fase ocorrerá a mudança da toxina em um composto solúvel, que é eliminado na fase 3, onde tem o transporte do composto para as vias de excreção.
Com isso, se completa o processo hepático de destruição e expulsão dos elementos tóxicos às nossas células, tecidos e órgãos.
Papel da genética e da alimentação no detox
Primeiramente, o fígado tem de um arsenal de enzimas para uma detoxificação correta, enzimas hepáticas que não funcionam bem são um problema.
Em nosso DNA onde estão codificadas as informações para a produção dessas enzimas, certos polimorfismos genéticos podem complicar o detox.
Dessa forma, pessoas que carregam genótipos de risco em genes das fases 1 e 2 de detoxificação estão mais sujeitas a não eliminarem substâncias prejudiciais de forma total.
Assim, elas permanecem levando toxicidade por mais tempo e podem fazer com que aumente os problemas de saúde.
Ter uma boa alimentação com a inclusão de vegetais (principalmente os crucíferos como brócolis, couve-flor, nabo, repolho, rabanete agrião, e rúcula) é importante porquê ajudam o nosso sistema enzimático.
Evite o preparo de carnes vermelhas em altas temperaturas por bastante tempo também é uma providência que ajuda a não sobrecarregar a ação das enzimas.
Porém, uma recomendação importante, não devemos apostar só em uma dieta com sucos detox, que estão na moda atualmente.
O consumo pode complementar, mas não vai substituir uma alimentação balanceada.
Portanto, foco nos seus genes e no seu estilo de vida: equilíbrio é tudo!
Biomédico, PhD em Genética
Fundador da DGLab