O gene COMT é responsável por codificar a síntese da enzima chamada “Catecol O-Metiltransferase”, que age na degradação de neurotransmissores catecolaminérgicos, como dopamina e noradrenalina.
Este gene está localizado no cromossomo 22 em humanos e tem sido cada vez mais estudado devido à sua importância clínica. Os polimorfismos do gene predizem se o indivíduo poderá ter a ação mais lenta (COMT lenta) ou mais rápida (COMT rápida) da enzima.
Quando analisamos o polimorfismo genético de rs4680, o alelo G é considerado COMT rápida, gerando redução rápida dos níveis de dopamina e catecolaminas. Indivíduos com este genótipo apresentam menos motivação, foco, mais compulsão por alimentos, risco de vícios e impulsividade.
Já o alelo A, é considerado COMT lenta. Apresentam maiores concentrações de dopamina, noradrenalina e adrenalina, visto que essas são degradadas de forma lenta. Pessoas com esse genótipo são caracterizadas com um melhor desempenho cognitivo. Contudo, o excesso de dopamina e catecolaminas faz com que a pessoa não pare de trabalhar, de estudar, de produzir, o que pode gerar transtornos de ansiedade,
Portanto, indivíduos com os genótipos A/A e A/G têm uma quantidade maior dopamina no organismo do que aqueles com genótipo G/G.
Mas qual a relação disso tudo com a ansiedade?
Agora é essencial entender o impacto disso na sua vida! A alimentação desempenha um papel crucial e, para melhor compreender, vamos entender mais sobre a dopamina.
O que é Dopamina?
A dopamina é conhecida como o neurotransmissor do prazer, sendo essencial para regular funções endócrinas e cardiovasculares, o movimento e o comportamento. Bioquimicamente, sua síntese requer L-Dopa, vitamina B6 e o aminoácido tirosina.
Um equilíbrio de dopamina é crucial: níveis elevados podem resultar em motivação, ambição, foco, concentração e autoconfiança, mas também impulsividade, hiperatividade e dificuldade para dormir. Níveis baixos de dopamina podem levar à desmotivação, fadiga e até mesmo à perda de memória.
Se você realizou seu teste genético com a DGLab e descobriu a COMT lenta, entenda essas indicações:
> Para reduzir a dopamina e estimular a atividade da COMT: essencial melhorar a qualidade do sono e usar vitaminas do complexo B como riboflavina, além de suplementos como Crocus Sativus e GABA.
Porém, essas decisões devem ser embasadas juntamente com a análise de outros genes apresentados no teste genético, além da análise de sinais e sintomas. E a abordagem deve ser adaptada de acordo com as diferentes fases da vida.
> O consumo de chá verde ou outros alimentos com cafeína podem gerar certa agitação; portanto é válido reduzir sua ingestão.
> Limite alimentos ricos em flavonóides contendo catecol, como quercetina e EGCG, encontrados em chá verde, alcaparras, coentro, maçãs e frutas vermelhas. Em vez disso, aumente o consumo de flavonóides sem estrutura de catecol, como apigenina e genisteína, presentes em alimentos como toranja, cebola, salsa, aipo e camomila.
Agora, se você realizou seu teste na DGLab e descobriu a COMT rápida, as indicações são essas:
> Para estimular o aumento da dopamina, use nootrópicos como Rhodiola rosea (inibe a degradação da dopamina), tirosina, Mucuna Pruriens e piridoxal 5-fosfato (vitamina B6 ativa). A Maca Peruana, rica em tirosina, também é eficaz. Para controlar o excesso de dopamina, o SAME pode ser utilizado para equilibrar os níveis, devido à sua capacidade de degradar esse neurotransmissor.
> Inclua leguminosas na dieta, como lentilha, ervilha, feijão e grão-de-bico, que são ricas em proteínas e fibras e ajudam na função intestinal. Aproximadamente 50% da dopamina do corpo é produzida no intestino, o que regula o nervo vago e o humor.
> Opte por gorduras saudáveis, como as encontradas em azeite de oliva, açafrão, gergelim, canola, nozes, linhaça e peixes oleosos como atum, arenque e truta.
> Se necessário, suplemente com tirosina, aminoácido importante para formar L-DOPA. Outros suplementos úteis incluem Mucuna pruriens, ômega- 3, magnésio, vitaminas D e do complexo B.
> Para aumentar naturalmente os níveis de dopamina, pratique atividades como massagens, exercícios físicos, yoga, meditação, e ouça música. Durma bem e consuma uma dieta anti-inflamatória, que ajuda a reduzir a neuroinflamação e melhora a função dos receptores de dopamina.
Nutricionista, pós-graduada em Nutrigenética e Mentora DGLab