O gene ACTN3 está associado à força e potência muscular do nosso corpo, confira neste artigo como funciona este gene e quais os possíveis genótipos.
Gene: ACTN3
Nome: Alfa Actinina-3
Função: Este gene codifica uma proteína presente nas fibras musculares de contração rápida, ou do tipo 2, onde promove uma contração muscular mais rápida, sendo, portanto, associado a exercícios de força e potência muscular.
Genótipos para o gene ACTN3
Genótipos C/C e C/T
Indivíduos com esses genótipos tendem a ter melhor resposta a treinamentos de exercícios que exigem força e/ou potência muscular, como corridas de curta distância.
Genótipo T/T
Indivíduos com esses genótipos geralmente tendem a ter melhor resposta a treinamentos de exercícios de resistência física, como corridas de longa distância.
*OBS: em alguns estudos, o alelo C é representado pela letra “R”, e o alelo T é representado por “X”. Assim, neste caso, os genótipos equivalem a: R/R (C/C); R/X (C/T); X/X (T/T).
Gene ACTN3, e sua relação com a potência e a força dos músculos
A proteína ACTN3 é produzida na musculatura esquelética, exclusivamente em fibras musculares do tipo 2, ou seja, as fibras cuja contração é mais rápida e potente. Por isso, as pessoas que carregam o alelo “C” (ou que têm os genótipos C/C e C/T) possuem a capacidade de produzir esta proteína, estando geralmente relacionados a esportes que requerem força e potência, como levantamento de peso e corridas de curta distância (sprints).
Para citar outro exemplo: indivíduos com esse perfil podem priorizar treinos de alta intensidade, como deslocar maior carga de peso em menor número de repetições.
Alternativamente as pessoas que não possuem o alelo “C” (ou com o genótipo T/T) para o gene ACTN3 não produzem a proteína, tendo, assim, maior proporção de fibras musculares do tipo 1 (ou de contração lenta). No entanto, esse tipo de perfil também tende a ser mais resistente à fadiga muscular. Dessa forma, isso tende a beneficiar a prática de exercícios ou esportes que requerem maior resistência física como corridas de longa distância – por exemplo as maratonas.
Para exemplificar de outra forma: pessoas com esse perfil podem aproveitar seu potencial deslocando menor carga de peso com maior número de repetições, levadas à exaustão.
Logo, saber qual tipo de fibra muscular tende a ser predominante em um atleta ou praticante de atividade física se torna relevante para estabelecer o tipo de treinamento ao qual seu organismo responde melhor.
Seja qual for o objetivo (prática de exercícios de força/potência ou resistência), são mudanças planejadas e conscientes nos treinos que podem fazer total diferença para atingi-lo adequadamente.
REFERÊNCIAS
Alfred et al. ACTN3 genotype, athletic status, and life course physical capability: meta-analysis of the published literature and findings from nine studies. Human Mutation, 2011.
Kikuchi et al. ACTN3 R577X genotype and athletic performance in a large cohort of Japanese athletes. European Journal of Sport Science, 2016
Massidda et al. ACTN3 R577X Polymorphism Is Associated With the Incidence and Severity of Injuries in Professional Football Players. Clinical Journal of Sport Medicine, 2019.