A genética desempenha um papel crucial na determinação das necessidades nutricionais individuais, incluindo a necessidade de suplementação vitamínica e mineral.
Com o avanço da nutrigenômica e nutrigenética, é possível entender como as variações naturais que temos no nosso DNA influenciam a forma como nosso corpo absorve, metaboliza e utiliza nutrientes, proporcionando uma base para intervenções nutricionais personalizadas.
Isso significa que algumas pessoas podem ter maiores ou menores necessidades de nutrientes específicos, dependendo de suas variações genéticas.
Genética e a absorção de nutrientes
Cada indivíduo possui um conjunto único de genes que afetam diversos aspectos de sua saúde, incluindo a eficiência com que os nutrientes são processados.
Por exemplo, variantes no gene MTHFR afetam a capacidade de metabolizar o folato, essencial para numerosos processos biológicos, incluindo a replicação do DNA.
Pessoas com certas variantes deste gene podem necessitar de formas alternativas de folato para prevenir deficiências e possíveis complicações de saúde, como anemia e para manutenção de uma boa saúde mental.
Outro exemplo importante é o gene VDR. Variantes neste gene podem reduzir a eficiência com que a vitamina D é convertida em sua forma ativa no corpo, aumentando a necessidade de suplementação, especialmente em regiões com baixa exposição solar.
Deficiências nutricionais e prevenção de doenças
A genética pode influenciar a predisposição para doenças relacionadas à nutrição.
Por exemplo, variantes nos genes responsáveis pelo metabolismo de cálcio podem predispor algumas pessoas a condições como osteoporose, especialmente em idosos.
Nesses casos, o ajuste da ingestão de cálcio por meio de suplementos ou alimentos fortificados pode ser uma estratégia eficaz para prevenir problemas de saúde.
Além disso, a deficiência de micronutrientes como vitamina B12 também pode estar associada a variações genéticas que afetam sua absorção.
Personalização da suplementação
A análise genética permite identificar quais nutrientes uma pessoa pode estar mais propensa a necessitar em maior quantidade, proporcionando uma suplementação personalizada e precisa.
Por exemplo, variantes no gene SLC23A1 podem influenciar a absorção de vitamina C, o que poderia justificar a suplementação com doses mais altas desse nutriente em certos indivíduos.
A nutrição personalizada pode oferecer estratégias preventivas, ajudando a reduzir o risco de doenças crônicas, como as cardiovasculares e certos tipos de câncer.
A integração da genética nas práticas nutricionais oferece uma nova era de planos alimentares individualizados para qualidade de vida e prevenção de doenças.
À medida que mais pessoas têm acesso aos testes genéticos, e a ciência por trás da nutrigenômica se expande, espera-se que cada vez mais indivíduos possam se beneficiar de recomendações nutricionais que são tão únicas quanto o seu próprio DNA.
Este enfoque personalizado, não apenas melhora a saúde geral, mas também ajuda na prevenção de doenças que podem ser nutricionais, garantindo que cada pessoa receba exatamente o que seu corpo precisa para funcionar de maneira ótima.