O recordatório alimentar é muito importante no atendimento do nutricionista. A partir dele, o profissional consegue obter dados que serão importantes para definir condutas e estratégias nutricionais. 

No artigo a seguir falaremos um pouco mais sobre essa ferramenta e como ela é utilizada. Confira!

O que é o recordatório alimentar?

O recordatório alimentar é uma ferramenta bastante utilizada pela maioria dos nutricionistas que tem como objetivo avaliar a rotina alimentar do paciente.

Ele funciona como um registro de todos os alimentos e bebidas consumidos pelo paciente em um determinado período. Ele contempla, além da qualidade alimentar, os horários das refeições e a quantidade de cada alimento usualmente ingerido. 

O recordatório geralmente é realizado durante a consulta, guiado pelo nutricionista: o paciente relata seu consumo alimentar e o profissional registra. 

Esses dados são muito importantes pois auxiliam o nutricionista a ter uma visão dos padrões de consumo alimentar dos pacientes e do estilo de vida, podendo assim correlacionar com o estado nutricional e de saúde atual.

Assim, consegue-se calcular uma estimativa de ingestão de macro e micronutrientes, e propor os ajustes necessários e um planejamento alimentar, de acordo com os objetivos do paciente. 

Como aplicar o recordatório alimentar?

Para realizar o recordatório alimentar não há segredo, mas é necessário ter organização para que as informações obtidas estejam bem claras para sua análise e elaboração do plano alimentar.

Se preferir, deixe um modelo pronto para preenchimento, contendo os dados que você precisará saber: o alimento, a quantidade em medidas caseiras ou gramas, a ingestão hídrica, o horário e o local da refeição. Assim você não deixa de perguntar nenhum detalhe, até mesmo os mais “escondidos” como o açúcar adicionado ao cafezinho ou ao suco, por exemplo. 

Outro ponto importante na hora da aplicação é com relação às medidas e quantidades dos alimentos. Muitos pacientes não se atentam ao quanto de comida colocam no prato, ou simplesmente não sabem quais são as medidas caseiras como colher de sopa, xícara de chá, etc. Uma ideia é ter em objetos físicos ou imagens no computador que exemplifiquem essas medidas, auxiliando no relato do paciente. 

Além disso, é crucial que o nutricionista tenha uma boa comunicação com o paciente para que os questionamentos não fiquem muito cansativos, o que pode prejudicar as respostas.

Quais as vantagens e desvantagens?

O recordatório alimentar é uma ferramenta sem custo, que é fácil e rápida de ser aplicada. Não exige materiais a não ser um lugar para anotação, e as questões a serem feitas.

No entanto, ele também apresenta algumas limitações, tendo em vista que quando o profissional não for treinado para aplicação, ele pode induzir as respostas do paciente. Além disso, nada garante que o paciente relate exatamente o que ele consumiu e que lembre de todos os detalhes. 

Dia alimentar habitual x recordatório alimentar 24h 

O registro da alimentação do paciente pode ser de um período específico, que é determinado pelo profissional. 

O recordatório alimentar de 24h, por exemplo, contempla a obtenção de todas as informações sobre as últimas 24 horas do paciente, do dia que antecedeu a consulta. Ou seja, todos os tipos de alimentos e quantidades, bebidas, horários das refeições do dia anterior. 

Como é um relato recente, isso facilita que o paciente se lembre de praticamente todos os alimentos consumidos. Uma dica que pode ajudá-lo nessa lembrança, é você ir sugerindo e falando das situações do dia a dia dele. Por exemplo: você almoçou no trabalho? Comeu algo antes de ir para a academia? E assim por diante…

Já no dia alimentar habitual, o paciente relata como habitualmente é a sua alimentação em geral, no dia a dia: o que é mais comum consumir, quais as opções, assim como as quantidades e os horários.

Esse método também depende da memória do paciente, mas como é relatado o que ele faz na maioria dos dias, e quais os seus hábitos, isso facilita a lembrança. Além disso, o paciente descreve todos os tipos de alimentos que ele geralmente consome, ao invés de se concentrar somente no que ele consumiu no último dia. 

Independentemente de qual dos métodos será usado na prática clínica, ter um registro do consumo do paciente é relevante como ponto de partida. Mas cabe a cada nutricionista escolher o que mais se adequa à sua realidade, ao que pretende avaliar em seus pacientes a fim de usar a ferramenta da melhor forma em suas condutas.