O uso de plantas com propriedades terapêuticas permitiu aos povos mais antigos darem origem aos primeiros medicamentos. Hoje, temos conhecimento de várias espécies vegetais que trazem benefícios comprovados à saúde, ou seja, tendo uma relação entre nutrição e fitoterapia.

Mas não são todas as pessoas que entendem essa relação e como a fitoterapia se desenvolveu nos últimos anos, tornando-se uma área com mais conhecimento científico, unindo ao conhecimento tradicional.

Desse modo, afim de trazer maior esclarecimento, neste artigo vamos falar de forma geral sobre essa ciência, que estuda o potencial terapêutico das plantas. 

Em síntese, pra ficar mais por dentro desse assunto, basta vir com a gente!

O que é fitoterapia e qual a sua origem? 

Primeiramente, o termo fitoterapia é derivado do grego phyton (vegetal) e therapeia (tratamento), que indica, portanto, o uso de plantas para fins profiláticos, curativos ou paliativos.

São as famosas “plantas medicinais”.

Os ativos dessas plantas manipuladas podem ser encontrados na forma de extratos, tinturas, alcoolaturas ou óleos.

Do mesmo modo, podem ser apresentados em diversos formatos, como cápsulas, drágeas, pastilhas, xarope, spray ou qualquer outra forma farmacêutica.

Historicamente, a fitoterapia vem sendo usada há muitos anos, sendo uma das práticas terapêuticas mais antigas da humanidade.

Tem como base o conhecimento de povos antigos, passando de geração para geração, e logo depois até serem usados a experimentação científica.

Existem sistemas de medicinas milenares em todo o mundo nesse sentido, como é o caso da medicina chinesa, tibetana e ayurvédica. 

Da mesma forma, no Brasil, a biodiversidade vegetal já era usada como remédio pelos povos indígenas.

Com o aumento dos estudos do uso medicinal de plantas, o mundo teve um grande avanço terapêutico, até hoje importante para muitos tratamentos.

Alguns exemplos importantes de plantas medicinais brasileiras são:

  • Ilex paraguariensis (mate) popularizado por suas propriedades estimulantes, também se mostra benéfico para o sistema cardiovascular
  • Paullinia cupana (guaraná) comumente usado como estimulante, devido à presença da cafeína na sua composição
  • Psidium guajava (guava) poderoso antiséptico
  • Spilanthes acmella (jambú) utilizado por suas propriedades analgesicas e antisépticas
  • Uncaria tomentosa (unha-de-gato), muito usado por seu potencial imunoestimulante e neuroprotetor.

Isso apenas para falar alguns exemplos da nossa biodiversidade e suas propriedades terapêuticas, que podem ser usadas para diferentes finalidades.

Por que apostar nos fitoterápicos?

A vantagem dos fitoterápicos sobre os remédios alopáticos da medicina tradicional é que eles são compostos naturais.

Ou seja, apesar de serem considerados medicamentos, podem ser uma boa alternativa para quem precisa de tratamento, mas sente os efeitos colaterais indesejados ou até mesmo alergias a substâncias alopáticas. 

Além disso, muitos pacientes já chegam ao consultório buscando alternativas naturais.

Em contrapartida, ainda que tenham suas origens na natureza, é importante lembrar o fato de que conter ativos que são naturais, não exige o uso caótico dessas substâncias. 

É importante entender, ainda assim, que nem todas as plantas medicinais são indicadas para todos os indivíduos.

Isso porque, todas as variáveis devem ser consideradas na hora da prescrição, por exemplo, a interação de determinado fitoterápico com a medicação de uso diário. 

Nutrição e fitoterapia: o que diz a legislação?

No Brasil, a ANVISA já reconhece os efeitos dos fitoterápicos e define diretrizes para a forma de uso, as contraindicações e os efeitos inversos de inúmeras substâncias vegetais.

Porém, os fitoterápicos não podem ser prescritos por qualquer pessoa, exigindo profissionais capacitados para isso. 

A Resolução CFN Nº 680/2021, que regulamenta a prática da Fitoterapia por nutricionistas, requer o título de especialista em Fitoterapia pela ASBRAN.

O profissional da nutrição que deseja atuar na área também pode realizar pós-graduação em Fitoterapia, desde que ela seja regulamentada pelo MEC e ofereça, no mínimo, 200 horas de disciplinas específicas de fitoterapia.

Nutrição e fitoterapia: qual a relação?

A fitoterapia associada à dietoterapia, quando aplicada, pode dar melhorias em diversos sinais e sintomas relatados pelos pacientes.

Seu uso pode ser adotado como terapia coadjuvante à atenção dietética, auxiliando o nutricionista no tratamento de queixas comuns, como ansiedade, insônia e fadiga crônica. 

Daí a relação direta entre nutrição e fitoterapia.

O nutricionista habilitado para trabalhar com fitoterápicos pode prescrever sem problemas. Já o nutricionista sem habilitação em fitoterapia é permitida a prescrição de plantas medicinais, desde que, preparadas unicamente por infusão, decocção e maceração.

Também podem ser prescritos compostos vegetais em formas farmacêuticas, desde que sejam classificados como alimentos, novos alimentos e ingredientes, ou suplementos alimentares.

Por fim, é bom lembrar que a prescrição deve ser realizada de forma individualizada, sempre considerando todas as informações recebidas com a anamnese, os exames bioquímicos, o teste genético, entre outras avaliações do paciente.

Referências

Alonso, J. Tratado de fitomedicina: bases clínicas y farmacológicas. Buenos Aires: ISIS ediciones, 1039 p. 1998. 

Balunas and Kinghorn. Drug discovery from medicinal plants. Life Sciences, 2005.

Adame. Biodiversidade, biopirataria e aspectos da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. 2005. Disponível em: http://www.publicadireito.com.br/conpedi/manaus/arquivos/anais/manaus/propried_intelectual_alcione_adame_e_outros.pdf. Acesso em julho, 2022. 

Camargo. A prática da Fitoterapia pelo Nutricionista – algumas reflexões. Revista da Associação Brasileira de Nutrição, 2013.