Com os avanços na área de genética, a expressão “mapeamento genético” ganhou destaque.

Empresas que trabalham no ramo de testes genéticos a usam muito. Mas você sabe o que isso realmente significa?

Após a conclusão do Projeto Genoma Humano, o termo passou a ser usado sempre que abordamos a análise dos genes de uma pessoa.

Já ouvimos várias vezes: “com os testes genéticos, conseguimos mapear os genes”.

Mas será que é isso mesmo?

Afinal, o que é, e como é esse mapeamento? 

O que é Mapeamento Genético?

Na área da genética, mapeamento genético significa: determinar a localização de um ou mais genes dentro de todo o nosso conjunto de DNA.

Em outras palavras, o mapeamento serve para indicar em qual parte do DNA está posicionado um gene ou um grupo de genes. 

O Projeto Genoma Humano foi um dos responsáveis por esse detalhamento.

Contando com as tecnologias da época (década de 1990) e desenvolvendo inovações, o resultado do projeto foi ter o local correto de cada pedaço do nosso DNA. 

Enfim cada uma dessas partes ganhou uma indicação numérica como se fosse um CEP.

Assim, podemos dizer que cada gene ganhou um endereço, uma localização no meio do DNA.

Hoje existem muitos métodos de biologia molecular que permitem fazer isso.

Tecnicamente, saber a posição de um gene serve para definir sua estrutura, sua função, e como esse gene é regulado em diferentes condições celulares.

Assim, podemos estudar a relação de um ou mais genes com determinada doença, pois sabendo sua localidade, fazemos experimentos direcionados a àquela região do genoma. 

Contextos e significados 

Hoje em dia, porém, podemos dizer que o termo “mapeamento genético” está ligado aos resultados de testes genéticos.

De maneira geral, esses testes trazem quais as variações que cada pessoa carrega em seu DNA.

Assim, conseguimos concluir, por exemplo, quais são os melhores exercícios físicos e a melhor alimentação para cada pessoa.

Atualmente, dizer que um laboratório vai fazer o seu “mapeamento genético” significa o mesmo que dizer que o laboratório vai fazer a análise dos seus genes.

Parece que o termo técnico ganhou outro significado.

Pode ser que seja apenas consequência de desconhecimento.

De forma alternativa, podemos encarar esse “deslize” apenas como um desvio de uso do termo, para um novo entendimento.

O uso técnico da expressão tem sentido, já que o mapa de uma cidade, por exemplo, mostra o local onde temos ruas, praças, avenidas, enfim, os elementos básicos que compõem a cidade.

Mas seu uso em termos práticos também pode encontrar na palavra ‘mapa’ o sentido de ‘conhecimento’, já que com o mapa de uma cidade nas mãos, torna-se possível conhecer.

Nesse contexto, o mapeamento genético é o conhecimento dos próprios genes.

Indo um pouco além, essa troca de interpretações seja apenas consequência da popularização da genética e das expressões da área para sua melhor compreensão.

A importância do Mapeamento Genético

Realizar o mapeamento genético, na raiz técnica do nome, permite entender o surgimento de doenças de origem genética.

Também está em várias frentes, como a que vê a hereditariedade, ou seja, a transmissão dos genes dos pais para os filhos.

Além disso, permite o desenvolvimento de novos métodos genéticos para diagnóstico, cujo objetivo é ver as patologias para tomadas de decisão quanto à conduta clínica a se seguir.

Por exemplo, o teste do pezinho, que tem em sua lista a identificação de pelo menos 6 doenças genéticas, entre elas a anemia falciforme e o hipotiroidismo congênito.

Identificada qualquer anormalidade nessa fase, é muito mais provável que o tratamento correto seja eficaz.

Está muito comum também ouvir sobre o teste genético (usando PCR) para a COVID19.

A PCR é uma técnica laboratorial de genética molecular usada para achar partes de qualquer material genético.

Nesse caso, usamos a técnica para ver a presença do coronavírus na amostra coletada do paciente.

Se for detectado o material genético do vírus, isso quer dizer que a pessoa está infectada e pode transmitir aos outros.

Assim fica seguro direcionar essa pessoa à quarentena e que siga as recomendações médicas determinadas.

Mas não é só isso: os testes genéticos desenvolvidos atualmente ajudam profissionais de saúde a identificar carências do organismo, sensibilidades alimentares, propensão a doenças e até a alguns comportamentos.

Logo, tornou um importante instrumento para elaboração de procedimentos clínicos. 

Mapeamento Genético e Nutrição

Testes cada vez mais acessíveis

Mais que em qualquer outra época, o avanço da ciência, e dos resultados do mapeamento genético, nos deu enfim com testes de DNA mais acessíveis.

Na atualidade, a possibilidade de ter dados genéticos para pesquisa e para uso clínico é algo que permeia nosso dia a dia.

Desse modo, há uma série de testes genéticos no mercado, mas há que se saber fazer bem a escolha pelos testes e pelo laboratório responsável por eles.

Há desde testes de oncogenética (para diagnóstico e têndencia a diferentes tipos de câncer), até os testes farmacogenéticos (que mostram quais medicamentos o organismo responde melhor).

Mas o que tem uma força grande hoje no Brasil são os testes genéticos de nutrição, ou testes de nutrigenética.

Estes mostram como nosso organismo responde à alimentação, e qual a chance de desenvolver doenças como diabetes, hipertensão, dislipidemia e intolerância à lactose.

Logo, tem se tornado um instrumento importante nas mãos de profissionais.

A genética influencia na alimentação 

A busca por essa abordagem vem aumentando, e os profissionais de nutrição se aprimorando nessa área.

Importante falar que o teste genético não é um diagnóstico definitivo.

Na verdade ele mostra potencialidades que o organismo carrega. 

Por exemplo, sabendo que você tem tendência a uma alta sensibilidade à cafeína (o que resulta em respostas mais intensas a essa substância), é de se considerar a redução do seu consumo em horários mais tardes.

Pode ser que isso esteja atrapalhando seu relaxamento e sono.

Agora imagine juntar informações sobre a capacidade de detoxificação do organismo, a sensibilidade ao álcool e ao sal, a necessidade de vitaminas.

Vivemos um momento em que os testes genéticos vêm se mostrando uma realidade, mais presente do que nunca na vida das pessoas.

Já vimos que a personalização da alimentação é o caminho.

Por fim, a genética, única para cada ser humano, e ligada aos dados clínicos de cada pessoa, é um excelente meio para se chegar até lá.

Parece que o futuro já começou, não é mesmo? 

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