A alimentação pré-treino é um dos assuntos que mais gera dúvidas em quem procura um atendimento nutricional e pratica exercícios físicos regularmente. 

Muito além das opções de alimentos ou suplementos, o nutricionista precisa de informações importantes para uma orientação adequada aos seus pacientes.

Neste artigo, abordamos o que deve ser considerado na hora de prescrever uma alimentação adequada a cada paciente. Confira! 

Qual o papel do nutricionista no exercício físico?

A nutrição de atletas e de pacientes que praticam exercícios físicos regularmente é um dos pilares mais importantes para uma boa performance.

Isso porque a alimentação adequada e equilibrada, de acordo com as necessidades nutricionais e a rotina de treinamentos de cada paciente, vai garantir um aporte energético suficiente para a prática das atividades sem prejuízos físicos, gastrointestinais ou quaisquer outros problemas que possam afetar o desempenho. 

Nesse sentido, cabe ao nutricionista entender mais detalhadamente sobre a rotina de treinamentos para ajustar o planejamento alimentar do paciente conforme suas demandas energéticas, proteicas e de micronutrientes. 

Alimentação pré-treino e pós-treino

A diferença entre a alimentação pré-treino e pós-treino é basicamente a fase em que a alimentação é realizada (fases que antecedem e que sucede o treinamento), o que determina o tipo e a quantidade de alimentos que serão ingeridos nesses momentos.

Antes da sessão de treino, a alimentação tem como papel fornecer substrato energético para o exercício. Nesse momento, prioriza-se a ingestão de alimentos fontes de carboidratos, além de proteínas e gorduras, estas em menor proporção e a depender do horário em que o indivíduo realiza essa refeição, devido a digestão mais lenta. 

Já após o treino, o intuito é se recuperar da sessão de exercícios, repor o glicogênio (reserva muscular de carboidratos) utilizado, promover uma otimização da síntese proteica muscular através da ingestão de proteínas. E, claro, repor tanto os nutrientes perdidos quanto os essenciais para uma recuperação adequada, como líquidos e eletrólitos.

Mas atenção: é importante que cada orientação seja individualizada, dependendo do tipo, tempo de duração e da intensidade dos treinos, além das individualidades fisiológicas do paciente.

Como definir a melhor estratégia para a alimentação pré-treino?

Dentro do planejamento alimentar, é relevante que haja orientações e opções para as refeições prévias ao treino.

Vale lembrar que o processo metabólico de utilização de energia envolve uma série de questões. Durante o exercício físico, o substrato energético que é utilizado nem sempre provém da refeição que antecede o treino, pois o processo para sua metabolização e seu armazenamento muscular leva aproximadamente 4 horas para acontecer.

Apesar disso, a alimentação antes do treino, mesmo que mais próxima da sessão, pode ajudar a prevenir quedas muito bruscas na glicemia durante o treino, o que é refletido em fraqueza, mal-estar e, consequentemente, queda no rendimento. 

Por essa razão, não apenas essa refeição antes do treino, mas todo o contexto alimentar diário são importantes para garantir uma reserva energética adequada. 

Através de uma anamnese nutricional e questionários bem detalhados, o nutricionista pode obter informações importantes para definir a estratégia de alimentação pré-treino. 

Isso varia de paciente para paciente, sendo que para alguns o pré-treino será o almoço, por exemplo, pois o treino acontece algumas horas após essa refeição. Para outros, será preciso um lanchinho menor e de fácil digestão, pois sua última refeição já foi feita há mais tempo.

Cabe ao nutricionista investigar e orientar o indivíduo quanto ao tipo e horário melhor para essa alimentação, sempre respeitando suas particularidades.

Incluir as opções que o paciente se adapte e que realmente ajudem no seu treino, não é tão simples e envolve questões importantes.

Aqui, trouxemos pontos de atenção que você deve considerar na hora de orientar seus pacientes sobre a alimentação antes dos treinos.

  • Leve em conta o contexto da alimentação diária e a rotina do paciente;
  • Saiba qual o tempo disponível entre a última refeição e o horário dos treinos;
  • Investigue as preferências alimentares e as individualidade relacionadas a digestão e adaptação do paciente;
  • Pergunte sobre a duração e a intensidade das sessões de treino;
  • Avalie a quantidade de carboidrato diário ingerida bem como nas refeições pré-treino.

Por fim, reforçamos novamente: cada paciente tem suas particularidades (genéticas, bioquímicas, fisiológicas, comportamentais) e sua própria rotina.

Elas devem ser respeitadas e consideradas no planejamento e nas prescrições, para que o desempenho esportivo e a prática de exercícios possam ter benefícios reais e duradouros.