Substâncias nocivas são produzidas normalmente e a todo momento em nosso organismo, decorrentes do nosso metabolismo. Para eliminar sua ação danosa, temos em nossas células enzimas capazes de nos proteger.

Durante os exercícios físicos, esses elementos tóxicos são formados em maior quantidade, a partir da respiração celular que ocorre nas mitocôndrias durante o processo aeróbio. 

Os genes CAT e GPX1 têm como função transformar o peróxido de hidrogênio (H2O2), produzido pela superóxido dismutase 2 (SOD2) e muito tóxico às células, em compostos inertes (oxigênio e água).

A atividade dessas enzimas impacta em como o organismo se recupera após os treinos e também infere a predisposição a contusões. Além disso, eles ajudam a identificar a necessidade de antioxidantes.

Abaixo segue um resumo da ação dos genótipos desses dois genes.

Gene CAT: Qual a sua função?

(rs1001179)

Nome: Catalase

Possíveis genótipos para o gene CAT

T/T 

Pessoas com este genótipo têm uma atividade enzimática menor, fazendo com que o peróxido de hidrogênio permaneça por mais tempo, prejudicando o correto funcionamento celular. Isso acaba levando a um menor potencial de recuperação pós-atividade física, e também a um maior risco de lesão.

C/T

Este genótipo leva a uma atividade enzimática moderada, gerando um potencial intermediário de recuperação após a atividade física, além de um risco moderado de desenvolvimento de lesões.

C/C

Pessoas com este genótipo têm atividade enzimática maior, eliminando mais rapidamente o peróxido de hidrogênio, o que leva a um potencial maior de recuperação pós-treino e a um risco menor de lesão.

Gene GPX1: Qual a sua função?

(rs1050450)

Possíveis genótipos para o gene GPX1

T/T e C/T

Estes genótipos estão ligados a uma menor atividade enzimática, levando a um menor potencial de recuperação entre as sessões de exercícios e expondo o organismo a um maior risco de lesão.

C/C

Associado a uma maior atividade enzimática, gerando um maior potencial de recuperação pós-atividade física e um risco menor de lesão.

Dessa maneira, é importante que se avalie o sistema completo de proteção antioxidante, a partir dos genótipos dos genes CAT e GPX1, além do SOD2,  para se ter um detalhamento maior de como o organismo está predisposto a se recuperar e desenvolver lesões decorrentes das práticas desportivas.

Referências

Ahn et al. Associations between Catalase Phenotype and Genotype: Modification by Epidemiologic Factors. Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention, 2006.

Bastaki et al. Genotype–activity relationship for Mn-superoxide dismutase, glutathione peroxidase 1 and catalase in humans. Pharmacogenetics and Genomics, 2006.

Bhatti et al. Lead exposure, polymorphisms in genes related to oxidative stress and risk of adult brain tumors. Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention, 2009.

Tong et al. Functional polymorphism in manganese superoxide dismutase and antioxidant status: Their interactions on the risk of cervical intraepithelial neoplasia and cervical cancer. Gynecologic Oncology, 2009.

Alachkar et al. Expression and polymorphism (rs4880) of mitochondrial superoxide dismutase (SOD2) and asparaginase induced hepatotoxicity in adult patients with acute lymphoblastic leukemia. The Pharmacogenomics Journal, 2017.